Machu Picchu 2010


Início do Planejamento
Depois de várias viagens pelo Brasil (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste) e para destinos como Deserto do Atacama, Parque do Aconcágua, Buenos Aires, etc., a idéia de conhecer a cidade perdida dos Incas foi colocada em prática. 
A parte mais complicada deste tipo de viagem sempre é conciliar as agendas para que outros amigos possam participar da empreitada. Quem já fez este tipo de aventura sabe que isto não é nada fácil. Férias no trabalho, quantidade de dias a ser negociada nas empresas, questão financeira, compromissos familiares e tantas outras coisas. 



Roteiro resumido

Total a ser percorrido: 10.000 km (previsão)
> Sairemos do Brasil pela fronteira de Foz do Iguaçu com a Argentina;
> Cruzaremos a região do Chaco Argentino (local famoso pela enorme reta) até a cidade de Salta;
> Passaremos por Purmamarca e iniciaremos a subida dos Andes pela Cuesta de Lipan;
> Sairemos da Argentina e entraremos no Chile pelo Paso Jama*

* (23° 14´ 15´´ Latitud Sur - 67° 01´ 35´´ Longitud Oeste)
Relieve: Montañoso.
Clima: frió seco
Altura: 4200 metros
Temperatura extrema en verano:-5º bajo cero de noche y 15º durante el día º.
Temperatura extrema en invierno:-20º bajo cero durante la noche y 5º durante el día (1200/1400 horas)..

> Passaremos por San Pedro de Atacama e desceremos rumo à Calama, chegando na costa do Pacífico por Iquique;
> Cruzaremos a fronteira Arica-CH / Tacna-PE, passaremos pelo Lago Titicaca, seguindo até Cusco;
>  Voltaremos de Cusco e entraremos na Bolivia por Desaguadero, passando por La Paz, Potosi até Uyuni;
> A volta será feita basicamente pela Carretera Panamericana, e TransChaco.                                                                                                                                                     

O roteiro detalhado foi, inicialmente, feito para uma viagem solo, já que 1 mês antes da data de partida ainda não tinha a confirmação dos outros membros da expedição.
Companheiros de viagem confirmados, agora era só acertarmos os detalhes, correr atrás dos documentos necessários, equipar as motos e esperar pela viagem.


Principais pontos a serem visitados


Deserto de Atacama
Com cerca de 200km de extensão, é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo. Em alguns pontos não se tem notícia de que um dia ocorreram chuvas, o que o torna uma das regiões mais inóspitas da Terra. As temperaturas no deserto variam entre 0º à noite e 40º durante o dia. Em função destas condições existem poucas cidades e vilas no deserto; uma delas, muito conhecida, é São Pedro do Atacama, que tem pouco mais de 3 000 habitantes e está a 2 400 metros de altitude. Por ser bem isolada é considerada um oásis no meio do deserto e o principal ponto de encontro de viajantes do mundo inteiro. A fauna é formada por animais pequenos como ratos, cobras, lagartos, além de lhamas, guanacos, vicunhas e flamingos.

Machu Picchu
Machu Picchu , em quéchua Machu Pikchu, "velha montanha", também chamada "cidade perdida dos Incas", é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha a 2400m de altitude, no vale do rio Urubamba, Peru. Foi construída no sec.XV, sob as ordens de Pachacutii. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, que devido à sua original localização foi descoberta apenas em 1911. Foi o professor Hiram Bingham quem, à frente de uma expedição da Univ. de Yale, redescobriu e apresentou ao mundo Machu Picchu em 24/07/11.

Lago Titicaca
O Lago Titicaca, Localizado no altiplano dos Andes, na fronteira doPeru/Bolivia, com cerca de 8300 km² e situando-se a 3821m acima do nível do mar, é o lago navegável mais alto do mundo e o segundo em extensão da América Latina. O Titicaca é interessante pela população vivendo nos Uros, nove ilhas artificiais. Essas ilhas tornaram-se uma grande atração turística no Peru. A origem do nome Titicaca é desconhecida; foi traduzido como "Pedra do Puma", combinando palavras da língua local Quechua e Aimará.

Salar de Uyuni
O Salar de Uyuni é a maior planície salgada do mundo, localizado no altiplano boliviano a 3650m de altitude. Estima-se que o Salar de Uyuni contenha 10 bilhões de toneladas de sal. A origem do sal provavelmente está relacionada com a imensa quantidade de vulcões no entorno do Salar de Uyuni já que situa-se sobre uma região de altiplano, 3650 m acima do nível do mar. A concentração do sal é também facilitada pelo fato de ser uma região muito árida.

As Motos

As motos que serão utilizadas para a expedição (exceto a big trail KTM 950 Adventure pilotada pelo Ralph "Blonder") não são as usualmente vistas em viagens deste porte. Serão duas Harley-Davidson Sportster 883, pilotadas por mim (Rogerio Mirarchi) e Cleber Grafietti. Será interessante acompanhar o desempenho de 2 motos feitas para o asfalto andando ao lado da "mais off road" das Big Trail, a KTM Adventure.



Equipamentos

Abaixo a lista resumida do que cada um dos participantes da Expedição Projeto Rutas 2010 levará "na garupa":
Documentos
-  RG (data de expedição menor que 10 anos)
- PID (permissão internacional para dirigir)
-  Passaporte
- Carteira de vacinação internacional com carimbo de vacina contra febre amarela
- Cartões de crédito
- Documento da moto
- Carta Verde
- Cópia de todos os documentos
Equipamentos
- Jaqueta e calça de cordura
- Capacete (viseira reserva), protetor de coluna, botas, balaclava
- Luvas com proteções/impermeáveis
- Roupa técnica (térmica / segunda pele)
- Capa de chuva
- Óculos escuros
- Itens de segurança e manutenção
- Lanterna, pilhas
- Arame, silver tape, fita isolante, durepox
- Cabo para reboque
- Extensores
- Fusívieis
- Spray reparador de pneu
- Ferramentas da moto
- Cabo de bateria
- Trava parafuso
- Galão para combustível reserva
Acessórios / Outros
- GPS + mapas de papel
- Máquinas fotográficas, cartões SD, pilhas, recarregador, tripé para câmera
- Celular, carregador
- MP3 player
- Kit de primeiros socorros (obrigatório nas rodovias argentinas)
- Itens de higiene pessoal


Diário de Bordo

1º Dia - 550 km rodados (São Paulo/SP - Rolândia/PR)
Bom dia pessoal, saímos de São Paulo com trânsito devido ao feriado prolongado. Mas em mais ou menos uma hora a pista foi ficando livre e conseguimos desenvolver boa velocidade. BLonder e Tupi saíram na frente, enquanto eu (MIrarchi), Cleber e Venderlei saímos depois. A principio ficaríamos em Londrina, mas recebemos o convite dos amigos Hans e Monica para ficarmos na casa deles. Aproveitamos para agradecer o belíssimo café da manhã que nos ofereceram hoje. Queríamos sair logo cedinho, mas pra variar não conseguimos. HOje vamos até Foz do Iguaçu, onde um churrasco nos espera no Cataratas Iate CLube. Pelo jeito esta expedição será gastronômica também. Bom, agora e ligar as motos, esquentar o motor e pegar estrada novamente. Afinal é pra isto que estamos aqui. Domingo cruzaremos a fronteira, com exceção de Tupi e Vanderlei que passarão o feriado em Foz e depois retornam para Sampa.
É isto aí galera. Obrigado pelo apoio e continuem viajando conosco.
A partir de amanhã postaremos as fotos.
Abraços a todos.
Mirarchi, BLonder, Tupi, Cleber e Vanderlei.


Fotos do Dia:



"La Poderosa" na garagem de casa minutos antes da partida

Despedida da família. Sem o apoio delas ficaria tudo mais difícil.

2º Dia - Rolandia-PR   -   Foz do Iguacu-PR - Km do dia: 494 

Após sairmos de Rolandia, estrada tranquila e bastante sol. Paramos para abastecer as motos e aproveitamos para abastecer as barrigas tambem. Comemos um excelente e tradicional bolinho de carne de beira de estrada.
A chegada em Foz foi sob um calor infernal. POr causa do feriado quase nao havia vagas nos hoteis. O pai do Cleber, heroicamente arrumou vagas. Mas aqui comeca uma das presepadas da viagem. Se tinha vaga neste hotel, e porque nao foi a escolha da maioria das pessoas que estavam hospedadas em Foz. Imaginem o naipe do hotel. Categotia CONAN MASTERPLUS! Nao aceitava nenhum cartao de credito. O primeiro quarto que tentamos, ja tinha hospedes. No segundo o ar condicionado nao funcionava, nao tinha chuveiro e o carpete tinha sido colocado ha mais ou menos um 184 anos. Tinha mais acaro do que oxigenio. Na terceira tentativa, tinha chuveiro, tinha ar condicionado, mas nao tinha lampada. Tivemos que "roubar" a lampada do segundo quarto. Alem disto ficava sobre uma balada de padaria com direito a karaoke na calcada, bem embaixo do nosso quarto. Juntando o barulho do bar com o ABSURDO ronco do BLonder, eu e Tupi passamos uma agradavel noite calorenta. Mas nem tudo estava perdido. Afinal o churrasco estava nos aguardando.
Pela sorte que tivemos com o hotel, imaginamos que o churrasco poderia ser de pescoco de franco, lingua de boi e figado de quati,
LEdo engano. O churrasco foi excepcional. A especialidade do pessoal do Parana, a costela, estava derretendo na boca. Sem contar a picanha, os acompanhamentos, as ceverjas geladas e o bom papo da galera que compareceu. Aproveitamos para agradecer o Quatis das Cataratas MC, Medianera Moto Grupo, Dragoes da Fronteira pela recepcao e pela organizacao do churrasco (pilotado pelo Marcao dos Quatis).
Um dos melhores que ja comemos. Ah, esquecemos de contar as presepadas do primeiro dia. Eu (Mirarchi) para variar perdi o galao de gaolina reserva na estrada. Tupi ficou sem gasolina e foi rebocado pelo Blonder por 10km. Detalhe: o Blonder so levou a corda para reboque no ultimo minuto, qdo falou comigo e eu, mesmo levando uma, pedi que ele levasse tbem ja que havia espaco na bagagem.  
P.S. Obrigado a todos que postaram os comentarios (obrigado mae!) . Daqui para frente pode ser que a internet fique mais dificil, mas procuraremos atualizar o site todos os dias. Vamos ver o que conseguimos. 

Fotos do Dia:



Levantar cedo para pegar a estrada nem sempre é fácil (De costas: Vander / Morrendo de sono: Cleber)

Parada em algum ponto do interior do Paraná para refrescar (35ºC) e comer alguma coisa

Carpete novo

Padrão 5 estrelas

Eletrizante



3º Dia - Foz do Iguacu-PR   -   Corrientes-AR - Km do dia: 624


Buenas noches!
Atravessamos a fronteira e ja estamos experimentando as cervejas de Corrientes. Daqui a pouco sairemos para comer. Hoje saimos de Foz em direcao a fronteira e o que encontramos? Uma fila gigantesca de carros para passar pela Aduana e pela Imigracao. Fomos passando entre os carros e, por incrivel que pareca, em pouco tempo ja estavamos rodando sob as carreteras argentinas. Sol, calor e ceu azul foram nossos companheiros durante a viagem toda. Passamos por varias barreiras policias e por MILAGRE nao fomos parados nenhuma vez. Nao houve pedido de "contribuicion" desta vez. Apesar do calor, nenhum policial estava com sede pelo jeito, entao nao precisamos contribuir para cerveja de ninguem. Alias, a postura da policia argentina parece que mudou. Gentileza e cumprimentos tomaram o lugar das propinas.
Combinamos pela manha que as paradas nos postos seriam rapidas, afinal queriamos chegar ainda de dia em Corrientes. Porem, em cada parada um "enxame" de argentinos nos cercavam para fotos, perguntas e bla bla bla....se bem que, quem fazia sucesso mesmo e posava para as fotos eram as motos, e nao nos. Nima das paradas encontramos dois brasileiros (BMW 650 e HD Deluxe) de Ribeirao Preto que estao no mesmo hotel que nos. Mas descerao para SAnta fe e Buenos Aires. AH, outra coisa que nao podemos deixar de comentar e a qualidade da gasolina argentina. As motos estao andando redondas e gastando menos. As duas 883 rodaram mais de 220 km sem abrir reserva. Quem conhece esta moto sabe que isto e um feito inacreditavel....rs...Bom, agora vamos comer um bife de chorizo e continuar tomando as Quilmes que aparecem pela frente. Afinal viemos aqui para que alem de comer e beber?...heheheh

Fotos do Dia:


Fila na fronteira Brasil - Argentina

Aqui começou a viagem pra valer

"Enxame" de curiosos nas paradas

Primeira cerveza em terras estrangeiras



4º Dia - Corrientes-AR   - San Salvador de Jujuy- Km do dia: 850

A batalha do Chaco
Bueno, hoje acordamos cedo pois sabíamos que o dia seria puxado. E foi viu.... O Chaco argentino se parece um pouco com algumas regiões do nordeste. Vegetação, pobreza ao lado da estrada, postos com poucos recursos.
O dia foi novamente de ceu azul. Mas para quem roda nesta região não eh muita vantagem.
Calor, muito calos. Retas intermináveis e chatas demais. Paisagem meia boca. Agora junte isto a 890 km e saberá o que é atravessar o Chaco.
HOje o enxame de argentinos nao foi muito grande. Também neste fim de mundo nao tem muita gente parada nos postos.
A maldição da pane seca e o GPS do Malandro
Em uma das paradas, combinamos que o próximo abastecimento seria depois de 200km, ou seja, no limite das Sportster. O super Blonder e seu super GPS nos informaram que havia um posto de abastecimento depois desta quilometragem  Sabem o que aconteceu? Pegadinha do Mallandro!! Yeah Yeah!
Cade o posto?! De repente o Cleber para ao lado da estrada sem gasolina. Lugar agradável pra isto...calor...Eu continuei em frente (a 20 km/h) e o Blonder se mandou para pegar gasolina no outro posto a 30 km dali. Bom, pelo menos o Cleber teve a companhia dos bodes e das cabras que insistiam em invadir a pista.
Chegando no posto eu mão percebi uma cratera e cai dentro...ao sair desta cratera, cai em outra. Saldo da presepada: um dos piscas esta pendurado e remendado com silver tape.
Neste posto encontramos um grupo de brasileiros que tbem estarao indo amanha para o Atacama e depois Machu Picchu. A galerinha eh de Curitiba. Estavam a mais de 2 horas esperando um quinto elemento do grupo que tinha misteriosamente desaparecido. Depois de meia hora ficamos sabendo que a corrente do coitado tinha arrebentado. Não ficamos para conferir o final da novela pois ainda tinham muito para rodar.
Acabamos nos empolgando e passamos por Salta, esticando ate JuJuy, onde estamos agora em uma lan house que parece saída de filme do Charles Bronson. Gente feia e computadores de ultima geração.
Amanha sera um dos pontos altos da expedição  A maravilhosa travessia da cordilheira e chegada a San Pedro de Atacama. Vulcões  Cerros, salares, frio, vento, paisagens surreais serão nossos companheiros, isto sem falar da temida altitude e seus efeitos. Mas nada que meta medo nos Misioneros de Xingus....rs
Hoje estamos em um hotel categoria "Honesto". Simples, barato, e com uma bela lasagna com milanesa. Ate sobremesa e cerveja Salta Negra teve. 
Amanha mandaremos as fotos da odisseia de hoje.
Eh isto aí.
Obrigado novamente por todos que tem enviado mensagens.
Saudades.
Cleber, Mirarchi e Blonder.

Fotos do Dia:


Ponte sobre o Rio Paraná

O nome "Infierno" não é a toa

A famosa e interminável reta do Chaco. 600 km.....



5º Dia - San Salvador de Jujuy-AR   -   San Pedro de Atacama-CH
KM do dia: 690


Acordamos cedo para tomar o cafe da manha, pois novamente nao teriamos almoco durante a travessia da cordilheira.
As 9h ja estavamos pegando a estrada. O dia estava um pouco nublado, com temperatura agradavel.
Em pouco tempo a paisagem ja comecou a mudar e proximo a Quebrada de Humauaca a cordilheira ja mostra seu cartao de visitas. Montanhas de variadas cores, algumas pastagens ao lado da pista, e um enorme leito de rio de gelo, mas seco nesta epoca do ano foram as primeiras imagens que tivemos da Cordilheira neste dia.
Passamos pela cidadezinha de Purmamarca e paramos para fotos com o Cierro de Siete Colores como cenario.
A subida dos Andes eh fantastica. E as sensacoes foram diferentes para cada um de nos. Eu estava revendo este lugar pois estive aqui em 2007. Para o Cleber tudo era novidade. Ja o BLonder, apesar de ter atravessado a Cordilheira, era a primeira vez que estava fazendo de moto.
Aos poucos entramos fomos ganhando altitude pela Cuesta de Lipan, com suas curvas de 180º. POucas nuvens no ceu. As motos desenvolveram bem e fomos numa tocada tranquila. Neste trecho alcancamos 4200 m de altitude. Fomos ate Salinas Grandes, para fotos e acabamos andando com as motos pelo Salar.
Paramos no povoado de Susquez para abastecer e comer alguma coisa. Encontramos o 2 brasileiros daquele grupo que teve uma XT660 quebrada no Chaco. Logo em seguida chegaram mais dois brasileiros, um de XT 600 e outro de Shadow 600, fazendo o caminho contrario. COnversamos e eles nos disseram que proximo ao Paso de Jama estava muito frio. DEsconfiamos um pouco, pois ate aquele momento nao tinhamos passado frio nenhum.
Sabiamos que o trecho seguinte seria dificil, pois rodariamos mais tempo em altitude elevada.
E nao eh que os caras tinham razao? A sensacao termica chegou a -5ºC. Nao conseguiamos sentir as pontas dos dedos, mesmo com todo o equipamento para o frio. Fora isto, o vento castigou bastante. Nao era possivel andar com a moto em linha reta. Em alguns momentos as motos eram jogadas de um lado para outro. E comecaram a sentir os efeitos da altitude. Perderam potencia, mas nada que pudesse atrapalhar.
Chegamos no Paso Jama e abastacemos as motos. HOje em dia nao eh mais preciso levar gasolina reserva para este trecho, ja que existe um otimo posto YPF no Paso.
Fizemos os tramites rapidamente. Nao havia ninguem alem de nos. Bebemos um cha de coca, pois o Cleber ja estava passando bastante mal, com enjoos. Em um determinado momento achou ate que poderia "apagar". Mas felizmente nao passou de um susto.
Continuamos a viagem e o que estava ruim, passou a ficar pior. Mais vento e mais frio.
Mas as paisagens compensam qualquer dor de cabeca, enjoo, tonturas e falta de ar. Sao montanhas gigantes, de varias cores e formatos. As lagunas, em sua maioria estavam secas, mas nao deixam de ser lindas. Ao lado da pista, varios guanacos, lhamas, vicunhas e flamingos. Andar de moto com estas paisagens eh um privilegio.
De repente olho para o lado e avisto o VUlcao Licancabur. Eh uma sensacao incrivel andar de moto e ter ao lado por varios e varios km o Licancabur, um dos simbolos do Deserto do Atacama.
Depois disto, comeca a enorme descida ate San Pedro. E nao da para negar que pela segunda vez fiquei arrepiado de chegar nesta cidade. Na aduana encontramos um grupo de Palhoca-SC em 5 VSTROM 650. Irao a Machu Picchu tambem. Alias todos os motociclistas que encontramos pelo caminho estao indo para la.
Ah, um detalhe: na Cordilheira passamos por um grupo de 5 ciclistas que partiram do Alaska! Eh sempre assim, quando vc pensa que eh louco por estar fazendo uma expedicao de moto destas, sempre encontra quem eh mais louco ainda.
Ao lado do nosso hotel, que alias ficou na categoria "Frescos e Famosos" desta vez (rsrss...tem ateh edredon de pluma de ganso) tem um grupo com 30 Harleys, todos de Santiago.
Saimos para comer e tomarmos nossa cerveja. Depois disto voltamos para o hotel e capotamos com a sensacao de sonho realizado e mais uma etapa da expedicao cumprida. Para o Cleber o objetivo foi atingido, ja daqui ele retorna para o Brasil. Para mim e para o BLonder eh apenas 1/3 da viagem.afinal quem ja atravessou a Cordilheira sabe que nao eh para qualquer  um.


Fotos do Dia:


Em San Salvador de Jujuy. 

Paisagem já mudando perto da Cordilheira

A esperada entrada da Ruta 52 para subir os Andes


E isto é só o começo da subida

Altiplano Andino e a vista do Salar Grande

Salar Grande: escultura feita com blocos de sal

O famoso "posto de gasolina" em Susquez

Paso Jama e os mais de 4.000 m de altitude. Será que o Cleber tá sentindo os efeitos da altitude?

De novo no Paso Jama

Chá de Coca para amenizar os efeitos da altitude

Depois da divisa Argentina/Chile, mais de 100 km até a Aduana chilena

O cartão postal mais famoso do Atacama: O majestoso Vulcão Licancabur

A chegada em San Pedro de Atacama pela 2ª vez

Bela pousada em San Pedro


6º dia - San Pedro de Atacama-CH
KM do dia: 30


Hoje acordamos tarde, para compensar os dias anteriores. O Cleber aproveitou a estrutura de apoio dos harleyros e efetuou a troca de óleo no trailer oficina que acompanha o grupo.
Depois disto fomos tomar o desayuno e comprar as lembrancinhas para quem ficou em casa. Alias, eu e o Cleber queremos deixar registrado todo o apoio que recebemos e temos recebido das esposas, que nos dado forca durante todo estes dias, seja por telefone ou pelas mensagens. Estamos com saudades de vocês e das nossas pequenas, Joana e Gabi.
Depois disto a equipe 883 Adventure foi se aventurar, junto com o Blonder e seu trator KTM 950 pelas estradas de rípio rumo a Termas de Puritama.
Mas a alegria durou pouco. Depois de atravessar 2 pequenos riachos, nos deparamos com um terceiro. Mas este tinha uma pequena correnteza e uma profundidade de meio metro, alem de pedras com limo. Para a KTM do Blonder nem teria graça atravessar isto, mas para as Sportster.....
Pensamos em arriscar, mas pensamos melhor e um tombo no meio deste riacho poderia danificar o escapamento ou outra parte da moto que poderia até interromper a viagem. Demos meia volta e partimos para uma outra estrada de rípio  que se transformou em areia com pedras, que depois deram lugar a um areião onde atolamos...conseguimos desatolar as motos e voltamos para San Pedro. Daqui a pouco vamos ao Vale de la Luna para esperar o famoso por-do-sol do Atacama.
Esta tudo correndo bem e conforme planejamos. So sentimos que a partir de amanha cedo, teremos que deixar o Cleber em San Pedro (ele fica comeca o retorno na sexta) e eu e Blonder  partiremos em direçao ao Pacifico, ate a cidade de Iquique, ainda no Chile.
obs.: desculpem pelo eventuais erros de português e acentuação  pois temos que escrever correndo pois o tempo eh sempre curto.
Abraços e ate o próxima postagem.
Mirarchi, Cleber e BLonder.


Fotos do Dia:


HD com infra estrutura até no deserto

Calle Caracoles: a Av.Paulista de San Pedro de Atacama

Mais um cartão postal do Atacama e os "perros" espalhados pela cidade

A KTM passaria fácil, já as Harley......

Big Trail KTM 950 Adventure on desert

No meio do caminho um túnel escavado na pedra

Umidade e poluição próximas a 0: é possível ver looooonge

Os 3 mosqueteiros se preparando para o pôr do sol na Valle de la Luna

Subida para a famosa duna "Pôr do Sol". Subidinha sofrida na altitude

Vista do "Anfiteatro"

Na crista da duna

Depois do sofrimento a recompensa: visão do deserto

No Atacama, de qualquer lugar pode se ver o Licancabur


Show de cores e sombras







7º dia - (por Cleber)
San Pedro de Atacama-CH
KM do dia: nenhum, so de VAN!


Meus amigos Mirarchi e Blonder partiram para novas aventuras enquanto fico aqui em Atacama mais um dia, quinta-feira, e parto nesta sexta-feira para Sao Paulo. Hoje fiz um tour bem turistico, passando pelos Geysers del Tatio bem cedo, mas bem cedo mesmo....4h da manha a VAN passou no hotel e as 6h estava no Geyser passando um p...frio de menos 10 graus, com direito a café da manha esquentado na propria agua variando entre 35 a bem mais de 100 graus, depois o tour passou pelos vales com muito bichos silvestres e alguns domésticos, onde tive oportunidade de comer um espetinho de Lhama, de dar inveja aos camelos de Sao Paulo....rs....A tarde fui descer duna abaixo num sandboard, bem radical e cansativo...a cada descida da-lhe perna pra subir depois. Tem umas fotos do Geyser, pois das dunas o guia mané ainda vai me enviar por e-mail.
Sexta-feira rumo a Foz do Iguacu, 2000 km de muita adrenalina passando novamente pelas cordilheiras e pelos pampas argentinos. Abraco! Cleber Grafietti.



7º dia - San Pedro de Atacama-CH   -   Iquique-CH
KM do dia: n/d


SAimos de San Pedro logo as 8h e seguimos em ritmo forte ate Calama com o frio das manhas do deserto. Fizemos uma parada rapida e seguimos em frente passando ao lado da maior mina de cobre a ceu aberto do mundo (Chuquicamata). A viagem ate TOcopilla eh praticamente um retao daqueles de dar sono,cortando o deserto. CHegando em TOcopilla, pegamos uma serra "braba".
A primeira visao do pacifico para quem vem por aqui nao eh nem um pouco animadora. Tocopilla se parece com um favelao horroroso e tem cheiro de aliche vencido. Cidade portuaria com mar poluido e cheio de carros caindo aos pedacos. Saimos de la e o caminho ate Iquique vai margeando o Pacifico, algumas vezes ao nivel do mar e outras vezes em pequenas serras.
As praias praticamente nao tem areia, somente pedras. O engracado eh que existem pequenas colonias de ferias com casinhas de madeiras (pra nao dizer barracos), mas todas estavam vazias. Uma coisa interessante eh que a policia chilena (Carabineros) utilizam bastante motos, e todas BMW Touring de 900cc. Chegamos em Iquique e tivemos dificuldades para encontrar hotel. Depois de vencidaesta batalha fomos ao centro e paramos em um restaurante. Pedimos dois pratos e varios chopps (muitos), mas nao sabiamos que apenas um prato conseguiria matar a fome do Chile todo! Ate o BLonder teve dificuldades de comer tudo, mas acabou conseguindo...como sempre....rs
Conversamos com varios Carabineros e todos falam a mesma coisa: que adoram o filme BOPE e sonham em fazer um curso com eles.



8º dia - Iquique-CH   -   Moquegua-PE
KM do dia: 600


SAimos de Iquique por volta de 8h30 e tocamos direto para Arica. Saindo de Iquique, que temum orla bem bonita com predios e casas de alto padrao, vc tem a visao completa da cidade. Tirando a avenida costanera, a cidade eh feia. A proxima cidade depois de Iquique, eh ALto Hospicio (quem nasce la eh o que? louco?). Um pouco mais pra frente paramos em Humberstone, uma cidade fantasma que foi construida em 1862 para os trabalhadores de uma das saliteras da regiao. Em 1960 a salitera teve suas operacoes suspensas e o povo foi embora,deixando tudo para tras. Como nao chove nunca por la e a umidade eh muito baixa, ficou tudo conservado. Eh uma cidade completa, com residencias, banco, bares, igrejas, escolas....eh igual a uma cidade cenografica de velho oeste, muito interessante visita-la.
Depois disto foi km e mais km cortando o deserto entre retas e MUITAS serras (cuestas). A diferenca eh que por aqui vc anda com um penhasco de mais 500m, 1km e a perder de vista a uns 2m do seu lado. Em certo momento vimos uma carreta enorme que ficou pendurada num destes penhascos.Este motorista vai comemorar dois aniversarios, com certeza. Mas fora o perigo eh um visual incrivel.
HOje tbem foi dia de andar com a moto quase deitada para compensar o vento. isto aconteceu perto de um pueblo chamado Camarones.
Um ponto importante eh que de Iquique ate Arica, sao 300km sem posto de gasolina. Eu tinha entendido que o BLonder com a KTM nao precisaria abastecer e acabei nao enchendo meu galao, pois ele encheu o dele. So que nao falei isto para ele. Resultado: tivemos que dividir o combustivel e cheguei em Arica na raspa do tacho. Entrou 12,3l no tanque que tem capacidade para 12,5...quase...quase...
Depois disto compramos a relacao de passageiros na rodoviaria internacional de Arica. (sem isto nao se sai do CHIle e nao se entra no Peru...alias eh entrar no Peru no bom sentido ok?...rs).
A saida do Chile foi muito rapida. TInhamos receio da imimgracao no Peru, ja que eh um festival de carimbos e tem relatos de mais de 2 horas para conseguir fazer todos os tramites.Mas assim que chegamos,os fiscais "carimbadores" vieram ver as motos e eu aproveitar para dar-lhes um recuerdo, adesivos do moto clube. Esta foi a coisa mais acertada. Assim que passamos pela imigracao, estavam todos nos esperando para os 475 carimbos necessarios. Resumo da opera, em 30 minutos estavamos rodando em solo peruano.
Fomos seguindo e chegamos em Moquegua com um por-de-sol maravilhoso, em meio as montanhas do deserto.   A chegada em Moquegua eh muito bonita, pois a cidade fica num vale, parecendo um oasis daqueles de filme.Varias plantacoes e pastagens.
MOquegua eh considerada a Ruta del Pisco, a famosa bebida peruana.
Porem depois desta parte bonita vem o que a cidade realmente eh.HORROROSA! Parece um largo 13 gigante, onde os carros quase sobem na calcada para atropelar os pedestres e as barracas de comida...realmente um lugar que nao deixara saudades...
Comemos uma pizza com Inka Kola (tem gosto de xarope de crianca e cor de material radioativo).
Blonder mandou abraco a todos que deixaram mensagem. Alias eu to aqui escrevendo na lan house ao som de musicas peruanas bregas enquanto ele foi dormir...o legal eh que ele dorme e eu nao, devido ao ronco ensurdecedor dele. Depois Harley Davidson eh que faz barulho ne?....hahahahahaha
Bom, amanha colocamos as fotos, pois nao aguento mais esta lan house com esta musica...rsrsrs
Abracao a todos e valeu por nos acompanharpor aqui..Daqui 2 dias, con la ayuda de Dios,alcancaremos nosso objetivo principal. Continuem conosco.
Ah, esqueci de falar.O resgate  dos mineros teve uma festa enorme aqui no Chile e causou comocao nacional. Em quase todos os lugares de la o povo comemorou de forma incrivel.
Falou!
Mirarchi e BLonder.


Fotos do Dia:
Cidade "fantasma" de Humberstone


Parece cidade cinematogáfica de filmes sobre o velho oeste


Longa reta cortando o deserto rumo ao Pacífico

Miragem? Não, é um oásis de verdade

Por pouco não despencou cerca de 500m


Nestes vales o vento canaliza e joga a moto de um lado para outro


Bebida radioativa

Mais sabores


Se não tivesse o galão, teria ficado pelo caminho

Mais uma conquista, mais um país!

Esta estrada faz parte da Rota do Pisco




8º dia - (por Cleber)
San Pedro de Atacama-CH  -  Presidente Roque Sans Peña-AR
KM do dia: 1200


Retornando para casa sai de Atacama as 9h da manha para nao pegar a cordilheira tao gelada e desta vez passei pouco frio. Do meio da manha até metade da tarde é uma boa opcao de cruzar a cordilheira para amenizar o frio. Outro detalhe é evitar cruzar a cordilheira com a barriga cheia para evitar enjoo. Entao nao coma ou coma pouco antes de atravessar, eu optei em nao comer. Além do famoso chá de coca fui de engov e paracetamol, tudo para evitar o "mau da cordilheira". E deu certo, pois na ida nao foi nada agradável. As 12h já estava em Suschis, as 17h passado por Salta. Mas a grande batalha do dia seria além de rodar 1200 km até Presidente Roque Sans Peña, seria pegar os famosos pampas do chaco. Eu tinha pego de dia, agora de noite foi muito interessante com adrenalina  constante, com muitos caminhoes e animais sempre a atravessar a pista, e alguns atravessaram...rs....a batalha do chaco foi boa e pouco depois da meia-noite estava em Presidente Roque Sans Peña. Neste sábado chegou em Foz e domingo em Sao Paulo, 3 dias de retorno do Atacama para Sampa. Este é meu último relato, a partir de agora vou acompanhar a viagem dos meus amigos Blonder e Mirarchi! Suerte!

9º dia - Moquegua-PE   -   Puno-PE
Km do dia: 300


Saimos cedo de Moquegua. As 7h30 ja estavanis na estrada. Vale lembrar que aqui no Peru estamos a 2 horas a menos do que no Brasil. Nosso hotel em Moquegua foi categoria Chuck Norris, nao tinha banho quente e muito menos cafe da manha. TOmamos o cafe no proxima cidade, Samegua.
Estas cidades sao muito humildes, porem o povo eh muito simpatico e gosta bastante de conversar com os turistas.
Seguimos em frente e fomos novamente subindo para a alta montanha, chegando hoje a quse 5000m de altitude. BLonder sentiu os efeitos da altitude mais do que eu hoje.
As estradas cortam grandes montanhas e o visual eh lindo. Aqui no Peru, diferente do Chile, a COrdilheira tem plantacoes e vales verdes.
Ha dois caminhos que levam a Puno, onde estamos agora. Um vai ate Desaguadero, na divisa com a Bolivia, e outro que vai por Puente Vizcachas. O plano inicial era ir por Desaguadero, ja que a estrada eh toda asfaltada. Mas recebemos a informacao que o caminho por Vizcachas estava en obras e quase todo asfaltado agora. Realmente ha muitas obras no caminho.
Pegamos um trecho de ripio, areia e pedras, mas conseguimos vence-lo facilmente. Depois desta parte, eh asfalto novo passando por varios povoados tipicos dos Andes.
Um pouco antes de Puno a estrada de asfalto se transforma em uma meleca que mistura asfalto, oleo diesel, areia e restos de ripio. Nunca pilotei com tanto cuidado como hoje, ja que os desfiladeiros continuaram ao nosso lado.
A chegada em Puno eh muito bonita, e a primeira visao do Lago Titicaca eh maravilhosa.
Amanha alcancaremos o objetico maior da viagem, que eh chegar em Cuzco.
Estou cansado, por isto amanha darei maIS detalhes,
Abracos a todos.
Mirarchi e BLonder. 


Fotos do Dia:

No meio da grandeza dos Andes tudo parece pequeno


Altitude

Vida selvagem na cordilheira

Toda atenção é pouca

Para o alto e avante!


1ª visão do Lago Titicaca

Mais um grande objetivo da viagem

A garagem foi o saguão do hotel


Início da navegação pelo Titicaca

Vento gelaaaaaaado

Islas Flotantes del Uros

Até lá você acaba deixando uma graninha...


Embarcações construídas de totora




10ºdia - Puno-PE   -   Cuzco-PE
Km do dia: 400


PQP CHEGAMOS!!!!!!!!!!!!!!!!
Chegamos em Cuzco e ja estamos hospedamos a meio quarteirao da Plaza de Armas. Pegamos um Hostal legal, simples, e bem barato. Hoje o dia foi espetacular. Pilotamos a maior parte do tempo por vales entre grandes montanhas verdes, plantacoes, rios de degelo da cordilheira, povoados, pastagens. Simplesmente perfeito. Arrisco dizer que foi um dos mais bonitos percursos que ja fiz de moto. E felizmente ja rodei bastante pelo Brasil e pelas rutas da Sudamerica. Mas mesmo assim as paisagens para chegar a Cuzco sao indescritiveis.
Passamos pela cidade de Juliaca, o transito mais louco que ja vi ate hoje. So faltaram as vacas para parecer o transito da India.
Amanha tiraremos o dia para um merecido descanso.Depois de amanha, Machu Picchu. Daqui a pouco vamos conhecer o Norton Pub, conhecido por ser ponto de encontro de motociclistas do mundo todo. Para quem nao sabe, Norton foi a marca de moto usada por Alberto Granado e Che Guevara na viagem que serviu de inspiracao para o filme "Diarios de Motocicleta¨, a Norton foi a " La Poderosa".
Andar de moto pelas vielas de pedra daqui me deu uma sensacao muito boa, igual a que tive quando rodei pela primeira vez pelas ruas de San Pedro de Atacama. Emocionante. Quem me conhece sabe que estou fazendo umas das coisas que mais gosto na vida.
Os Andes Peruanos realmente sao muito diferentes da parte argentina e chilena, onde o deserto predomina. Aqui as montanhas tem mais vegetacoes e servem de abrigo para os pueblos e suas plantacoes.
Tiramos cerca de 700 fotos ate agora e amanha com calma postaremos varias. Estou escrevendo aqui do Hostal. As motos estao no saguao, ja que a nao tem estacionamento. Minha moto esta aqui ao lado do computador.
A viagem esta, com o perdao da palavra, do cacete! Tudo correndo bem comigo, com o Blonder e com " Las Poderosas".
Legal saber que estao curtindo os relatos e bom saber tambem que estao viajando conosco.
Bueno, por enquanto eh isto. Agora vamos tomar uma (s) merecida cerveja para comemorar o objetivo maior, que era chegar aqui.
Ps.: Cleber, muito bom saber que esta bem em sua volta. Continue mandando noticias para nosostros.
Beijos e abracos a todos!
Los guerreros Incas, Mirarchi e Blonder

Fotos do Dia:


O "tranquilo" trânsito de Juliaca



Lhamas por todos os lados

Vales verdes da Cordilheira Peruana


Andar de moto por aqui é uma delícia


Misión Cumplida!


Chegando ao centro de Cuzco

Noite na capital inca

Decoração no Norton Pub

Cervejinha merecida!

Livro com relatos de aventureiros do mundo todo. Agora fazemos parte dele!





11ºdia - Cuzco-PE
Km do dia: alguns, mas a pé


Dia de descanso. Almocamos na Plaza de Armas de Cuzco e gastamos os cartoes de memoria das cameras. Na estamos colocando mais fotos pois a conexao por aqui nao eh das melhores.
Depois do almoco o Blonder foi descansar e eu sai para caminhar pelo centro historico. Fiquei 2 horas subindo e descendo as ladeiras de Cuzco. Realmente eh uma cidade que vale a pena conhecer. Muitas ruas ainda guardam a historia dos incas e dos espanhois que chegaram aqui. Algumas vielas tem de uma lado muros de pedras feitos pelos Incas e do outro feito pelos espanhois.
Depois de muito andar e tirar fotos, fui curtir o por-do-sol e o final da tarde saboreando um chopp Abbot (ingles) nas varandas do Norton Rats Pub, que da para a Plaza de Armas. Alias, neste pub existe um livro que comecou a ser feito ha 10 anos, com recados de motociclistas do mundo todo. Fotos e comentarios de motociclistas russos, australianos, norte-americanos, japoneses e por aí vai.....claro, agora fazemos parte desta historia com uma pagina inteira com nossos comentarios.
Dormimos cedo pois no dia seguinte seria o grande dia da expedicao.

Fotos do Dia:


Praças floridas no centro de Cuzco


Cidade cosmopolita

Catedral


As famosas vielas de Cuzco



Para conhecer a cidade á pé tem que ter disposição





Olha a cara de preocupado do camarada


De um lado muro feito pelos espanhóis. Do outro pelos Incas







Palácio do Governo

Depois de tanta caminhada, é preciso se reidratar!

Cerveza de Coca


12ºdia - MACHU PICCHU
Km do dia: micro-onibus, trem

Bom, depois de muito conversamos, decidimos não escrever nada sobre a mais famosa cidade Inca. Nada que escrevêssemos seria capaz de chegar perto do que eh estar em Machu Picchu. Fantástico  Sensacional. Magico. Inexplicável  São as palavras que chegam mais perto do que eh Machu Picchu. Acho que todo mundo deveria, pelo menos uma vez na vida, pisar em Machu Picchu. Por mais que vejamos fotos, relatos, videos, nada se compara a estar la. A tocar nas ruínas.
Quando chegamos o tempo estava bem fechado. Mas aos poucos as nuvens nos permitiram a ver Machu Picchu. Andamos por tudo la. Eu me arrisquei a subir o Wayna Picchu. Eh a montanha que aparece na maioria das fotos de la. Uma hora de subida e a quase 3000 m de altitude, se tem uma das mais fantásticas vistas da cidade Inca. Somente de la eh possível ter a noção exata de como eh espetacular o local onde Machu Picchu foi construída.
Depois do sacrifício que eh chegar la em cima, a visão compensa tudo. Depois disto eh ficar contemplando, "ouvindo" o silencio e agradecer por estar ali. A energia do lugar eh uma coisa de outro mundo.
Façam isto. Venham para Machu Picchu. Vale a pena demais.
Algumas dicas: escolham bem a agencia, pois vimos gente ficando sem micro-ônibus de retorno, devido a desorganização  Outra coisa importante, peguem  o primeiro horário  pois a chegada em Machu Picchu fica mais tranquila e por umas 2 horas ainda eh possível contemplar o lugar sem muvuca de turistas e sem fila para ingressar no parque. O carro nos pegou no hotel as 4 h da matina. Mas vale a pena
Mudando de assunto.....
Nossa ida para o Salar de Uyuni ficara para uma próxima viagem. Resumindo, o que ocorreu foi o seguinte;
1) No Atacama conhecemos o Andres. Ele vive la e eh especialista em roteiros pelas estradas do Chile, Argentina e Bolívia  Ganha a vida rodando por la como guia, em uma Transalp.
2) Conversando com ele, algumas coisas que ouvimos ficaram marcadas. Uma delas eh que uma estrada de rípio no deserto, nos Andes, nunca eh igual de um dia para outro. Uma informação de estrada boa hoje, já não vale para amanha .Um vento mais forte durante a noite transforma o ripo em areião fofo. Com a Transalp e pneus Karoo ele já teve que abortar expedições pelo motivo acima. Ele me disse que qualquer moto pode andar no rípio  inclusive a HD. Porem, precisa de pneus que "cavem" a areia. E eu estou com pneus Firestone VT, que são exclusivamente para asfalto. Ele disse que dependendo das condições que estariam a estrada, ate a KTM com pneus 50/50 teria dificuldade. Passaria, claro, mas não seria fácil.
3) Independente desta informação  refizemos as contas e nao teriamos tempo, com folga, para dedicar ao Salar. Coisa que ele merece, pela beleza que tem.
Juntando tudo isto, decidimos que faremos realmente o Salar em outra viagem, onde ele seria o destino principal. Desta vez Machu Picchu foi o principal.
Mas a viagem não ficara menos emocionante e interessante, pois amanha partiremos para a Amazônia Peruana e depois entraremos na Amazônia Brasileira, iniciando o caminho de volta para casa. Faremos isto pela nova Rodovia Interoceanica Sur, que liga o Brasil, pelo Acre, ao Peru.
Bom, quem roda como nos, sabe que algumas vezes temos que replanejar e fazer o que eh mais correto.
Fiquem com mais fotos da viagem. Amanha, se possível pelas condições da internet, mandaremos noticias de Puerto Maldonado.

Fotos do Dia:

Estação do trem em Ollantaytambo

Rio Urubamba (aquele que transbordou e deixou os turistas ilhados por vários dias)

Entrada garantida


Lugar incrível


Encaixe perfeito das pedras



Wayna Picchu ao fundo

A mesma foto tirada por CHE Guevara


A cidade perdida dos Incas vista de cima do Wayna Picchu

Cansado, molhado, sujo e feliz da vida após a subida do Wayna Picchu

Projeto Rutas 2010: Machu Picchu!


13ºdia - Cuzco-PE   -   Mazuco-PE (Amazonia Peruana)
Km do dia: 395 (em 10 horas!)


Primeiramente, desculpem nossa falta de noticias nos últimos dias. Mas foram dias muito cansativos, porem muito bons. Vcs devem estar pensando que estes 395km devem ter sido feitos em cima de lhamas ou a pé, afinal tanto tempo para percorrer esta distancia né.....
Vou resumir bem pois estou escrevendo enquanto o Blonder come o cafe da manha todo aqui do hotel onde estamos neste momento. Neste dia saímos de Cuzco para percorrer perto de 500km e então saímos um pouco mais tarde do que de costume. Pegamos a estrada e começamos a subir pela nova estrada do Pacifico (pedimos a informação 412 vezes e em 411 nos disseram que ela estava totalmente asfaltada). Chegamos a 4900 m.s.n.m (marcado no GPS) e avistamos o Monte Ocongate, um dos maiores da America do Sul. Estava totalmente coberto de neve. Isto era apenas um aviso do que seria a viagem a partir dali. De repente começou uma chuva, que foi aumentando, aumentando e virou granizo. E o granizo de repente parou. Bom? Seria, se ele nao tivesse dado lugar a neblina e depois NEVE!! Isto mesmo, pegamos um pouco de neve e as mãos, literalmente, congelaram. Eu não conseguia frear a moto pois os dedos não se mexiam mais. Tivemos que para e colocar mais protecao contra a sensação térmica de -15C. Foram isto, todas as curvas eram em "U", ou seja, descemos de 4900 m a 800 m de altitude praticamente em primeira marcha. Fora isto, lembram que apenas 1 pessoa, das 412, disse que a Interoceanica não estava totalmente asfaltada? Pois é.....justamente esta estava certa...lama, barro, pedras soltas e vários desvios...
Finalmente chegamos na selva amazônica peruana, na cidade de Mazuko. Eu e o Blonder temos certeza que nem o Google Earth conhece esta cidade. Ficamos la, ao invés de Puerto Maldonado, pois já estava escuro e não sabíamos como estava a estrada a partir dali.
Rodar na Amazônia foi uma experiencia incrível  Vários desvios eram por dentro da selva, era possível ouvir diversos sons dos animais que vivem la. O frio que pegamos a 4900 m de altitude, deu lugar em menos de 2 horas a um calor de 38C......

Fotos do Dia:

A nova e já famosa estrada do Pacífico



14º e  15ºdia - Mazuco-PE (Amazonia Peruana)   -   Rio Branco/AC -    Ariquemes/RO

Chegamos no Brasil pelo Acre e tocamos até a capital do estado, Rio Branco. Chegamos as 21h30 devido a demora na fronteira, pista ruim (chegamos realmente no Brasil), calor extremo e vários outros fatores.
Agora estamos em Ariquemes, distante uns 200km de Porto Velho, capital de Rondônia  Encontramos um excelente hotel (Valerius), ótimo custo beneficio. Agora estamos de saída  mas não sabemos ate onde vamos. provavelmente pararemos em Mato Grosso.
Fiquem tranquilos que colocaremos os detalhes destes últimos dias assim que possível. Temos muito para contar, as diferenças da Amazônia peruana e brasileira, as travessias de balsas, as diferenças das estradas, a presepada que cometi ao passar batido pelas fronteira do Peru/Brasil e por aí vai...
Os últimos dias não tem rendido em km como tínhamos imaginado e temos chegado tarde nas cidades para descanso. Mas vamos nos redimir e completar os relatos e colocar as fotos (já passamos de 1000 fotos tiradas).
Valeu!
Abraços,
Mirarchi e Blonder (que ainda não parou de comer no cafe da manha!)

Fotos do Dia:
"Loja de Conveniência na Amazônia Peruana

Balsa para atravessar o Rio Madre Dios

Agora falta pouco, só 4163 para chegar em casa

 
16º e  17ºdia - Ariquemes/RO - Comodoro/MT  -  Juciara/MT
Km do dia: n/d

Olá Amigos que estão acompanhando os relatos! Aqui é o Cleber Grafietti que foi somente até o Atacama. Nossos aventureiros estão sem internet então vou ser breve para dizer que neste domingo percorreram 750 Km entre Comodoro e Juciara e sofreram bastante nas estradas com muitos caminhões e ondulações na pista. Mas graças a Deus está tudo bem e nesta terça-feira final do dia estarão em São Paulo. Muitas fotos esperam para serem incluídas aqui. Fiquem ligados! Um abraço!  

Fotos do Dia:
Pátria Amada

Em algum lugar do Centro-Oeste


18º dia - Juciara/MT  -   Cassilândia/MS
KM do dia: 600

Este percurso até Cassilandia foi um teste para as motos e para nossa paciência. Destes 600km, aproximadamente 500km são buracos, ondulações, solavancos, caminhões e um calor absurdo. Mais um trecho que não aconselhamos para ninguém. Foram tantos os buracos e remendos na pista, que o descanso lateral da minha moto não resistiu a acabou sem a mola que o segura. Até o retrovisor da KTM aiu literalmente voando. Sorte não ter quebrado e o Blonder ter conseguido resgatá-lo no acostamento.
Fora isto, assim que acabou o inferno de estrdas ruins, os últimos km foram tranquilos, cortando diversas plantações e pastos (que aliás, sõ tem isto por ali) até um bom hotel em Cassilandia. Pegamos o melhor da cidade, afinal a expedião estava acabando e queriamos estar descansados para os mais de 800km que teríamos até Sampa. Comemos um belo churrasco e fomos descansar.

19º dia - Cassilândia/MS  -  São Paulo/SP
KM do dia: 820

Acordamos bem cedo para tentar fugir do calor pelo menos no começo do dia. Tomamos o café por volta das 6h30 e depois já pegamos a estrada com o sentimento de "fim de festa". Ficou claro que, tanto eu, como o Blonder, já estávamos saudosistas em relação ao Projetos Rutas 2010.
Atravessamos a fronteira entre o MS e SP e começamos a nos sentir em casa. As estradas do estado de SP realmente são as melhores, as maisbem estruturadas do Brasil. Postos de gasolina bem equipados com grandes lojas de conveniência, e asfalto que faz inveja a qualquer outra estrada por onde passados, desde que entramos no Brasil pelo Acre.
Foi um dia que rendeu muito, pois todo o caminho foi feito pela Rod. Washigton Luis e depois Rod. Bandeirantes. Verdadeiros "tapetes" que permitiram que às 18h já estivéssemos em Sampa....o trânsito da Marginal Pinheiros nos recebeu de braços abertos....rs...Chegamos! 


Considerações Finais

 Graças a Deus correu tudo bem durante toda a viagem. Não tivemos nenhum problema mecânico, nenhum pneu furado nos 10000km rodados, nas poucas vezes em que fomos parados pela polícia, esta foi educada e atenciosa conosco. Não tivemos que pagar as famosas propinas nem para a Policia Caminera da Argentina. Felizmente parece que este tipo de situação ridícula já faz parte do passado. Ainda bem.
A entrada pelo norte do Brasil valeu a pena pela parte em que passamos pela Amazonia peruana e depois pela parte brasileira. Mas não recomendamos a volta por este roteiro, pois após istonão há nada de interessante para ver e as estradas estão deploráveis. É triste ver a situação das BRs e o descaso com que o governo trata a infra-estrutura de transportes em nosso país. As estradas do norte e do centro-oeste estão, literalmente, desmanchando, e colocando em risco a vida de motociclistas, motoristas e caminhoneiros. Em alguns trechos, o "asfalto novo" que ainda nem recebeu sinalização, já está com buracos e ondulações.
Eu e o Blonder estavamos consolidando tudo o que anotamos durante a viagem e que servirá de dicas para os amigos moto-turistas. Nos próximos dias colocaremos tudo por aqui.



Dicas e comentários
Obs.: o que está escrito abaixo são apenas dicas e sugestões baseadas no que vivenciamos durante a expedição, além de nossa opinião. Não quer dizer que tudo o que está escrito sirva para todos os amigos moto-turistas.

1) Carteira de identidade ou Passaporte? Fizemos todos os trâmites com os 2 tipos de documentação. O tempo ganho nos tramites feitos com o passaporte foi praticamente imperceptível. Se você está com o passaporte em dia, leve-o, caso contrário não precisa perder tempo e dinheiro com este documento. Mas certifique-se que o país de destino não exige tal documento. Argentina, Chile, Peru e Bolivia não exigem passaporte. Para ser sincero, a única vantagem que vimos no passaporte foi trazer os carimbos como recordação. Mas lembre-se que a carteira nacional de habilitação não vale como documento de identidade lá fora e o RG deve ter, no máximo, 10 anos de emissão.
2) Cartão de crédito: não conte somente com ele. Nem todos os postos de combustível aceitam cartão. O mesmo acontece com alguns hotéis e pousadas. É melhor fazer as contas sempre para utilizar dinheiro. Se der para usar o cartão, depois você faz o câmbio dos valores que sobrar.
3) Pousadas, hotéis: Prepare-se para todo tipo de acomodação. Em cidades pequenas, muitas vezes existe apenas 1 ou 2 locais para se hospedar, e nem sempre contam com água quente, café da manhã, cama confortável. Não tivemos muita dificuldade para encontrar hospedagem tripla ou dupla. Mas se o grupo fosse maior, com certeza teríamos. Na nossa opinião, o ideal é um grupo de, no máximo, 4 pessoas. No dia seguinte de uma hospedagem ruim, sempre procurávamos uma boa, para recuperar o cansaço e a falta de conforto do dia anterior. Não é preciso reservar hotéis. Mas cuidado para não chegar no meio de um feriado nas cidades turísticas do percurso.
4) Abastecimento: A distância entre os postos é grande e nem sempre aqueles indicados pelo GPS estão em funcionamento. O melhor mesmo é sempre carregar o bom e velho galão de gasolina. Mesmo com um bom planejamento, precisamos dele em alguns momentos da viagem. O norte do Brasil, por exemplo, está enfrentando dificuldades de abastecimento, e em alguns postos não encontramos gasolina.
5) Efeitos da altitude: não é um mito. Os sintomas (dor de cabeça, enjoos, tonturas, etc) variam de pessoa para pessoa, assim como a intensidade. Algumas coisas ajudam, como tomar uma aspirina antes de começar a subida, mascar folhas de coca ou tomar o seu chá. Mas tudo isto serve para amenizar os sintomas, e não te deixar imune ao ar rarefeito. Quando estiver em altitudes menores, as coisas voltam ao normal rapidamente.
6) Almofadas pneumáticas: uma maravilha! vale a pena o investimento, pois em alguns dias rodamos 900km e chegamos inteiros. Porém, infelizmente, nenhuma das 3 (a minha, a do Cleber e a do Blonder) resistiu a viagem toda e acabaram com vazamentos do ar.
7) Equipamentos para a moto e para o piloto: vale a pena realmente investir em equipamentos tops, das melhores marcas. Foram as que realmente "funcionaram" nas piores situações que passamos. A loja do nosso amigo Ricardo Atacama (Moto Atacama) é uma boa opção, pois oferece ótimos equipamentos e acessórios de marcas mundialmente conceituadas.
8) Paradas para descanso: optamos por rodar, em média, 230km entre as paradas para abastecimento e descanso. Ficamos em média 25 minutos descansando em cada parada. Isto foi muito válido, pois chegamos inteiros praticamente em todos os dias.
9) Rodar a noite: apesar de termos nos programados para rodar somente durante o dia, acabamos rodando durante a noite em alguns dias. Conte sempre com imprevistos (estradas ruins, chuva, neve, desvios), pois em um viagem longa isto pode acontecer. Sendo assim, esteja sempre com faróis e lanternas em dia e leve lâmpadas de reposição.
10) Política da boa vizinhança: Isto foi uma coisa marcante durante a viagem. Sempre presenteávamos as pessoas das aduanas, imigração, etc. com um adesivo da expedição e puxávamos papo com todos. Isto pareceu simpático na maioria das vezes e tivemos os trâmites agilizados por conta disto. Mas fizemos sempre com um ar de "gentileza e amizade", para não parecer que estávamos tentando subornar ninguém. Para nós deu muito certo.
11) Autonomia: variou muito de acordo com a altitude e qualidade da gasolina. Planeje os abastecimentos sempre deixando uma margem de segurança na autonomia. E não custa nada levar uns litros no galão reserva.
12) Filtro de ar esportivo (ex.: K&N na Sportster carburada): fez uma grande diferença na altitude em relação ao consumo e desempenho.
13) Para-brisas + defletor de ar: indispensável em qualquer tipo de moto para uma viagem desta. Se você é do tipo que não gosta, por questão estética, coloque e na volta para casa retire. Você não vai se arrepender de investir neste acessório.
14) Qual a melhor moto? É inegável que as Big Trail são as mais versáteis e encaram os mais variados tipos de estrada. Sem contar o conforto que elas proporcionam. Mas com qualquer moto é possível fazer este tipo de viagem (com algumas limitações, dependendo da moto). Mas como alertado por um guia que encontramos no Atacama especializado em roteiros de moto por aquelas regiões, mesmo de Big Trail, muitas vezes é preciso ter o pneu off-road para enfrentar algumas estradas por lá (algumas estradas de rípio viram areião fofo da noite para o dia conforme o vento). Então o ideal é fazer como alguns amigos do Portal já fizeram, ou seja, levar um pneu sobressalente para este tipo de estrada. Fora isto, se a moto estiver com a manutenção em dia, qualquer um chega onde quiser. É só querer e planejar os caminhos por onde passará.
15) Quantidade de dias necessários: Percebemos nesta viagem que não é viável querer conhecer o maior número de locais e atrações durante apenas uma viagem. Escolha os destinos, faça o planejamento e deixe alguns dias "na manga", seja para descanso ou para algum imprevisto. Decidimos não ir ao Salar de Uyuni, pois teríamos apenas metade de um dia para conhecê-lo, ou seja, correríamos o risco de nem conhecê-lo se chegássemos no final da tarde do dia planejado. Não tenha medo e nem vergonha de mudar o roteiro se necessário. Lembre-se que você terá muito tempo ainda para planejar e realizar outras expedições.
16) Cidades onde pernoitar: Preferimos as cidades menores nos dias em que rodamos mais. Isto porque é mais fácil achar hospedagem, vagas, e normalmente não se perde tempo no dia seguinte para retornar para a estrada, devido à distâncias, trânsito, etc



2 comentários:

  1. Amei relembrar essas aventuras do meu querido amigo latino! Uma mistura de alegria, emoção, saudades...

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  2. :) Tive a oportunidade e a felicidade de conhecer o Rogério, ontem, dia 15/11/13 aqui em Poços de Caldas, durante o encontro do TIGER C BRASIL. E foi numa conversa informal, sentados na porta da GMR MOTOS, que ele me perguntou " de quem se aquela Harley parada junto as outras motos era minha." Dai começou uma boa prosa mineira, onde chegamos ao ponto em comum, nossa paixão por Machu Picchu, onde confidenciei minha determinação em conhecer aquele lugar. Fiquei maravilhada com a narrativa das viagens do Rogerio, e somente agora ao ver e ler os relatos dessa expedição, é que tive a real imagem da grandeza que foi essa aventura. Meu novo amigo, você é uma pessoa abençoada por Deus. E que Ele preserve sempre esse seu espirito aventureiro, e abençõe toda sua família, que lhe apoia.

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